25 de jan. de 2008


Shirley manson sussurra, acendo meu cigarro... O medo é um dos sentimentos mais egoistas que podemos sentir e ou causar Além de um pouco utópico em determinadas situações...
O novo, o que realmente desejamos ( ou pensamos desejar, afinal o desejo é tão efêmero), a verdade, a descoberta...podem causar tantas reações e com resultados mais efetivos...mas ficamos com o bom e velho conhecido medo.

É reconfortante, nos recolhemos, afastamos o fator que nos confronta e pronto.

E
sse cigarro por exemplo...grande muleta para momentos de fuga...
E
vamos acumulando, camadas e mais camadas...e eis uma perfeita, forte e segura ( nem tanto) torre.
Reinamos absolutos em cima dos outros sentimentos, não olhando para a sombra pulsante que nos coroa e seguimos cego, tão confiantes de nossas capacidades e feitos...

Basta uma pequena batida em uma das inúmeras portas dessa fortalez para que a sombra então se faz densa e presente e nos tornamos a coroa desse ai sim, absoluto e verdadeiro Rei.

Preso na torre...apago o cigarro e o sussurra vira silêncio.

22 de jan. de 2008



Elis iludi com seu canto de ossanha, acendo o cigarro...

Nessa estrada que sigo, quando penso que depois da curva vem uma reta, chego em uma encruzilhada.

Não sei realmente qual o melhor caminho a se tomar, também sei que essa minha necessidade de chegar numa reta talvez seja apenas meu desejo de ver o horizonte e me sentir mais próximo dele.

É covardia querer uma orientação, mas é humano pedir por orientações.
medo de virar em uma das alternativas que volte a uma paisagem ao qual não quero rever.
receio de outra me levar a uma distancia a qual não quero percorrer novamente, preguiça talvez ou apenas um alerta sobre os pedregulhos que ja pisei.

Mas, ficar parado não é uma opção, decidir é preciso e quem sabe Éolo não me sopre na direção certa?

Vislumbro nessa pequena e crucial parada, miragens ( talvez) que me acalantam a alma ao mesmo tempo que a atormentam como a tempos não acontecia:
Um cavalo branco
Um cavaleiro
Simbolos que não possuem significados
e um rapaz cavalheiro
eles rodeiam, aparecem e somem e se postam cada um em uma das estradas

O cavalo me sussurra:
"O homem que diz dou, não dá
Porque quem dá mesmo não diz"

O cavaleiro me alerta:
"O homem que diz vou, não vai
Porque quando foi já não quis"

Os símbolos representam:
"Homem que diz sou, não é
Quem é mesmo é não sou
Tô, não tá, ninguém está quando quer"

E o rapaz sorri dizendo:
"Coitado do homem que cai no canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor"

Fecho os olhos....Elis se cala e dou a ultima tragada no cigarro